Fungos nas Unhas e nos Pés! o que realmente funciona

As micoses de unha (onicomicoses) e a frieira (tinea pedis) são problemas comuns que afetam milhões de pessoas em todo o mundo. Apesar de serem frequentemente associadas apenas a desconforto estético, podem causar dor, descolamento da unha, mau odor e ainda se espalhar para outras áreas do corpo ou contaminar familiares e colegas, principalmente em academias e ambientes úmidos.

Muitas pessoas acreditam que basta uma única aplicação de algum produto para resolver o problema. Esse é um dos maiores mitos relacionados ao tratamento: a realidade é que as micoses são recidivantes e exigem disciplina para serem eliminadas. Interromper o tratamento precocemente leva à piora da infecção e aumenta o risco de complicações.

O objetivo deste guia é separar os mitos da realidade, explicando quais tratamentos realmente funcionam, quais devem ser evitados e como montar uma rotina eficaz para eliminar os fungos e prevenir novas infecções. Também abordaremos medidas de higiene, nutrição e cuidados diários que potencializam os resultados.

Por fim, vale um alerta: promessas de cura instantânea não só são enganosas como podem atrasar o diagnóstico e o início do tratamento adequado. Quanto mais cedo você buscar orientação profissional, melhores serão os resultados.

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Entenda o inimigo: como os fungos sobrevivem e por que a unha demora a “curar”

Tipos mais comuns

Dermatófitos

Os fungos Trichophyton rubrum e T. mentagrophytes são os principais responsáveis pelas micoses das unhas e da pele dos pés. Eles se alimentam de queratina, a proteína que compõe a lâmina ungueal e a camada mais externa da pele.

Leveduras e fungos não dermatófitos

A Candida spp. é uma levedura que também pode infectar unhas, principalmente das mãos. Outros fungos não dermatófitos podem estar envolvidos, embora sejam menos comuns.

Ciclo de crescimento da unha

Velocidade de crescimento

As unhas crescem lentamente: de 1 a 3 mm por mês nas mãos e apenas 1 a 2 mm por mês nos pés. Isso significa que a unha infectada precisa ser substituída por uma unha saudável, o que pode levar meses.

Fatores que favorecem a micose

Ambiente úmido e abafado

Calçados fechados, piso úmido de vestiário, meias sintéticas e suor em excesso criam o cenário perfeito para a proliferação dos fungos.

Fatores individuais

Pessoas com diabetes, idosos, imunossuprimidos e aqueles com histórico de micose têm risco maior de desenvolver e manter a infecção.

Mito x realidade: por que “use uma vez” não resolve

Barreira ungueal e penetração do fármaco

A lâmina ungueal é queratinizada e espessa, o que dificulta a penetração de produtos aplicados sobre ela. Por isso, os tratamentos tópicos precisam ser usados diariamente por semanas ou meses para alcançar o leito ungueal.

Adesão ao tratamento e taxa de recidiva

Muitas pessoas interrompem o uso do antifúngico quando percebem melhora superficial. No entanto, os fungos permanecem vivos nas camadas mais profundas e a infecção retorna rapidamente. A taxa de recidiva é alta quando o tratamento é feito de forma incompleta.

Riscos de receitas caseiras agressivas

Misturas caseiras podem causar queimaduras químicas, alergias e infecções secundárias. Água oxigenada concentrada, soda cáustica, alvejantes e ácidos fortes não devem ser usados na pele ou unhas.

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Tratamentos com evidência: do tópico ao oral (quando indicado)

Antifúngicos tópicos (primeira linha para casos leves a moderados)

Esmaltes e soluções

Produtos com amorolfina ou ciclopirox são aplicados diretamente sobre a unha infectada. Dependendo do produto, o uso é diário ou semanal.

Cremes e sprays para a pele

Terbinafina, clotrimazol e miconazol são indicados para tratar a frieira e os espaços entre os dedos.

Como aplicar corretamente

  1. Lixe suavemente a superfície da unha.

  2. Limpe e seque bem a área.

  3. Aplique o produto, cobrindo toda a lâmina e as laterais.

  4. Evite lavar os pés ou mãos por algumas horas após a aplicação.

Antifúngicos orais (avaliar com médico)

Quando usar

Casos extensos ou que não respondem ao tratamento tópico podem exigir medicamentos orais como terbinafina, itraconazol ou fluconazol.

Esquemas e cuidados

  • Uso contínuo ou em pulsos (ciclos intercalados).

  • Necessário acompanhamento médico e exames laboratoriais, pois podem afetar fígado e interagir com outros medicamentos.

Procedimentos adjuvantes

Desbaste mecânico e laser

  • O desbaste da lâmina ungueal por profissional facilita a penetração dos tópicos.

  • O laser é uma opção complementar, mas sua eficácia ainda está em estudo.

Protocolos práticos

  • Onicomicose leve (1–2 unhas): 24–48 semanas de antifúngico tópico + higiene rigorosa.

  • Onicomicose extensa/múltiplas unhas: considerar terapia oral associada a antifúngico tópico.

Rotina de 4 pilares para resultados

1) Higiene e barreira seca

  • Seque bem entre os dedos.

  • Use toalha exclusiva para os pés.

  • Aplique talco antifúngico em meias e calçados.

2) Calçados e meias

  • Prefira meias de algodão ou de tecnologia “dry”.

  • Alterne os sapatos diariamente.

  • Exponha os calçados ao sol e lave as palmilhas com frequência.

3) Unhas bem cuidadas

  • Corte as unhas retas, sem cavar os cantos.

  • Evite esmaltes decorativos durante o tratamento.

  • Esterilize alicates e lixas ou use descartáveis.

4) Tratamento tópico disciplinado

  • Use alarme diário para não esquecer as aplicações.

  • Tire fotos quinzenais para acompanhar a melhora.

“Remédios caseiros”: o que pode ajudar e o que evitar

O que pode ajudar como coadjuvante

  • Banhos de água morna com vinagre bem diluído (1 parte de vinagre para 10 de água) podem ajudar a reduzir a proliferação de fungos na pele.

  • Óleos minerais ou vegetais simples hidratam cutículas e reduzem fissuras, mas não curam a micose.

O que evitar

  • Água oxigenada concentrada, bicarbonato em excesso, creolina, alvejantes e produtos corrosivos.

  • Qualquer receita que prometa “cura em 24 horas”.

Quando procurar o especialista imediatamente

Sinais de alerta

  • Dor intensa, secreção ou vermelhidão progressiva.

  • Febre.

  • Pacientes diabéticos com lesões nos pés.

  • Gestantes e imunossuprimidos.

Diagnóstico correto importa

  • Cultura micológica e exame de KOH confirmam a presença de fungos.

  • É importante diferenciar de outras doenças das unhas, como psoríase e líquen plano.

Prevenção que funciona

Em casa

  • Use chinelos em áreas molhadas.

  • Mantenha o banheiro seco.

  • Troque meias 1–2 vezes ao dia, se necessário.

Em academias e piscinas

  • Use sandálias no vestiário.

  • Leve sua própria toalha.

  • Aplique spray antifúngico nos tênis após o treino.

No salão

  • Leve seu próprio kit de manicure.

  • Observe a esterilização dos instrumentos.

  • Evite retirar cutículas profundamente.

Tabela Nutricional: alimentos que apoiam a saúde das unhas

Nutriente Alimentos-fonte (por porção) Quantidade aprox. Por que ajuda
Proteínas Ovos (2 un), frango (100 g), grão-de-bico (¾ xíc.) 12–25 g Base da queratina das unhas
Biotina (B7) Ovos, amêndoas (30 g), aveia (½ xíc.) 15–30 µg Fortalece a lâmina ungueal
Zinco Carne magra (100 g), sementes de abóbora (2 col.) 3–5 mg Melhora a imunidade cutânea
Vitamina C Kiwi/laranja (1 un), pimentão (½ xíc.) 60–90 mg Auxilia na cicatrização e colágeno
Vitamina D Peixes gordos (100 g), sol seguro 5–10 µg Modula a resposta imune
Ômega‑3 Sardinha/atum (100 g), linhaça (1 col.) 1–2 g Ação anti-inflamatória
Probióticos Iogurte/kefir (170 g), chucrute (2 col.) Equilibra a microbiota, favorecendo a pele

Erros comuns que detonam o tratamento

Pausar quando “melhora” visual aparece

É necessário continuar até que a unha cresça completamente saudável, o que pode levar meses.

Reutilizar lixas e alicates contaminados

Use lixas descartáveis e esterilize instrumentos de metal. Não compartilhe itens de manicure.

Usar o mesmo tênis todos os dias

Alterne os sapatos, exponha-os ao sol e utilize spray antifúngico.

Dúvidas Frequentes (FAQ)

Uma aplicação única pode curar micose?

Não. O tratamento deve ser contínuo, pois a unha cresce lentamente.

Cremes de farmácia resolvem sozinhos?

Podem funcionar para frieira (pele), mas para unhas geralmente são necessários esmaltes antifúngicos ou medicamentos orais.

Posso pintar a unha durante o tratamento?

Não é recomendado. Se usar esmalte, remova-o regularmente para aplicar o antifúngico.

Fungos passam de unha para unha?

Sim. É necessário tratar todos os pés afetados e trocar meias diariamente.

Quem tem diabetes precisa de cuidados especiais?

Sim. Procure atendimento precoce para evitar complicações graves.

Laser funciona?

Pode ser um coadjuvante, mas não substitui os antifúngicos convencionais.

Conclusão

A micose de unhas e pés é tratável, mas exige paciência e disciplina. Seguir o tratamento até o fim é fundamental para eliminar os fungos e evitar recidivas. Combine o antifúngico prescrito com cuidados diários: higiene rigorosa, pés sempre secos, alternância de calçados e alimentação saudável.

Evite receitas caseiras agressivas e desconfie de promessas de cura instantânea. Sempre que possível, procure um dermatologista para orientação adequada e acompanhamento do progresso.

Com disciplina e as medidas corretas, é possível recuperar a saúde das unhas e manter os pés livres de fungos.

Aviso de Isenção de Responsabilidade

Este conteúdo tem finalidade informativa e não substitui a avaliação médica. As micoses podem ter sintomas semelhantes a outras doenças das unhas, como psoríase e trauma. Apenas um profissional pode diferenciar corretamente.

Pessoas com diabetes, gestantes, pacientes em uso de anticoagulantes ou imunossuprimidos devem procurar um médico assim que notarem sinais de infecção. O atraso no diagnóstico pode gerar complicações.

Não utilize produtos corrosivos ou receitas caseiras sem orientação. O tratamento deve ser individualizado e supervisionado por dermatologista ou profissional de saúde.

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